sexta-feira, agosto 31, 2007

Simetria na cara

Há uns anos atrás, vi uma matéria na TV que falava da simetria do rosto das pessoas. Como isto não é nenhuma novidade, vou relatar uma obsessão que acabei sofrendo. Então, recomendo a quem tiver tendência a TOC que não leia o que vem a seguir.

A matéria falava que a beleza está relacionada à simetria do rosto e corpo como um todo. Quanto mais parecidos nossas metades, tendemos a ser mais belos.

A princípio, isto se tornou um parâmetro a mais para julgar a beleza alheia. Mas com o tempo isso começou a influenciar demais no meu dia-a-dia.

Primeiro, algumas pessoas que eu achava bonitas tornaram-se distorcidas, tortas. Começou a ficar mais difícil de considerar alguém belo, principalmente as mulheres tornaram-se alvos fáceis. Chegou ao ponto de eu não conseguir conversar direito com alguém que tivesse a cara meio desalinhada, principalmente se os olhos fossem fora de prumo.

Tornou-se uma obsessão, eu acabava analisando simplesmente todo mundo, inclusive eu. Cheguei a ponto de não conseguir me olhar direito no espelho. Era como aquela música chata que grava na cabeça, ou quando você percebe a própria respiração e ela deixa de ser voluntária. Quanto mais você tenta esquecer, mais fica gravado em sua mente.

Mas isso foi útil em alguns aspectos. Primeiro percebi, que em filmes e novelas dificilmente alguém é enquadrado de frente, geralmente é um ângulo que mostre a fronte e a lateral do rosto. Isso ajuda a disfarçar os tortinhos.

Por outro lado não conseguia mais ver telejornais, porque os apresentadores estão sempre de frente. Acho que são eles os mais expostos e colocados à prova de suas simetrias ou assimetrias.

Se alguém estiver com vontade de ir até o espelho agora, pense melhor.

terça-feira, agosto 28, 2007

Tribaltech 2007




Sou um recluso, então como me levar a uma festa eletrônica? Com convites vip, ora buelas. Eu e minha namorada somos VIP. Ela, Very Important Person, eu, Very Insignificant Person. Logo, ela que tinha os convites.

No evento, perguntei à minha namo se era o bom o set que estava rolando, era um tal de Gui Borato (ficaria mais feliz se fosse Borat). Ela disse “nossa, essa música é fantástica”. Pensei “isso quer dizer que o equipamento não está no repeat, são músicas diferentes rolando”. Por outro lado se tivesse a levado ao show punk do 7Seconds ela iria pensar “porque eles dão uma pausa e repetem a música?”.

Depois comecei observar as pessoas e perguntei se elas estavam sacando as sutilezas que tornavam o set tão do caralho. “Não, duvido muito”. Realmente ninguém estava com cara de se divertir de verdade, praticamente nem dançavam, estavam mais preocupados em observar-se.

Percebi que a diversão dos VIPs é mostrar o quanto são powerful. Ah, tá, isso eu já sabia. Mas como não freqüento eventos VIP, senti pela primeira como a estrutura é bem pensada. Olhei para meu Allstar e orei para o reverendo Greg Graffin “volta Bad Religion”.

Dias depois pensei com mais calma e vi que não podia achar idiota o evento e seus VIPs. Não tinha esse direito. Freqüento eventos de carros antigos e acho o máximo. Sempre sonho com o momento em que vou possuir meu Passat LS 78 original e com uma roda legal e suspensão rebaixada estilo Dub e mostrar quem manda bem nesta merda, suckers!

Bem, cada um mostra o falo à sua maneira.