sexta-feira, fevereiro 22, 2008

O Velho CD


No ócio de fim de ano, aconteceu um fenômeno interessante comigo. Depois de anos eu voltei a ouvir música. Sim, parece estranho, mas depois de muito tempo deitei e fiquei apenas ouvindo música. Sem internet, leitura, ou louça sendo lavada. Apenas música.


Sempre fizemos isso, ouvir música enquanto fazemos outras coisas. Mas depois que matamos o cd e seus antecessores, matamos também aquela desculpa para ligar o som, deitar na cama e ficar nos deliciando com o encarte. Apreciar a arte, olhar as fotos dos artistas, imaginar como seriam eles no mundo real e ficar acompanhando as letras das músicas. Aliás, encarte sem letra sempre achei podre.


Um amigo meu me disse que quando ouve música no computador, coloca a capa do álbum aberto na tela do micro como se fosse um freio “Hei, nada de internet, agora é hora de música”. Bom, isso é um exemplo de mecanismos que devem surgir aos poucos para aqueles que ainda acham fundamental um momento mais íntimo com a música. Ou não, talvez esse seja apenas meu pensamento adquirindo ares saudosistas.


O mp3 mudou tudo, os anos passam e tudo muda, claro. Por outro lado o Radiohead lançou seu último álbum em uma versão em vinil. Eu nem gosto de vinil, mas o mundo está dando suas voltas e vamos aguardando tontos o que o futuro da música nos reserva.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Por trás da Propaganda


Este é em post encomendado pelo homem por trás da Cocelpa, o cara que desafia o Flash, o diretor de arte que cria bordões ("Isto é Cocelpa"), ele: Mr. Cocks!

Há anos ele vem me pedindo para escrever sobre prazos em agências de publicidade, profissionais do ramo, clientes, entre outros. Lá vai, lá vai.

Prazos: difícil tópico. É possível espremer a cabeça dos criativos para que e inspiração saia em um tempo pré-determinado como um delicioso suco chamado propaganda? Pelo visto sim, pois é assim que rola o mercado. Se eu acho legal? Sim e não. Sem prazo, a coisa não anda. Com prazo curto ela anda de muletas. Com o prazo ideal... bem, o que é isso? Não sei, socorro! Preciso de mais um prazo para pensar sobre isso.

Clientes: há uma grande crença de que a grande maioria dos clientes é pentellho, sem noção, ignorante e não tem idéia do que é propaganda. Isso só seria verdade se todos os publicitários fossem geniais, mega inteligentes, descolados, os maiorais, fodásticos, humilhassem qualquer cientista da Nasa e conseguissem levitar. Mas sabemos que isso também é bobagem. Clientes e publicitários são como amor e ódio: não se misturam, mas estão sempre juntinhos.

Redator x Diretor de Arte: artistas frustrados. O primeiro segura uma Remington, o segundo um pincel e um segura o outro. O mais importante? O Mídia, lógico!

Sem injustiças, o publicitário, independente da área de trabalho, é um artista completo e complexo, que poderia ter sido ator, cantor, compositor, dançarino, dublê, títere, mas prefere acima de tudo fazer a propaganda nossa de cada dia. De cada dia não: de cada 15s.