
Sem Gasolina na via do Bi-articulado
Dedico esse texto ao Leo Sem Noção, que sempre foi um grande fã dos causos do Passatoso.
Era um insólito domingo de 2002 e fui ensaiar com a banda de rock da época em que estagiava na Bosch. O local era a casa da namorada do George, o então baixista, no quarto da avó (!) dela. Depois de finalizada a barulheira ele resolveu sentar em uma janela pra descansar um pouco e deu um “totozinho” em uma TV que estava do lado de dentro. Resultado: uma televisão de 29 polegadas aprendeu a voar e fez na seqüência um pouso forçado. Detalhe: era aniversário da garota! Fomos embora.
Como eu era o proprietário da bateria, da guitarra e do amplificador era eu quem os transportava. Adivinha aonde: no Passatoso, lógico. Deixei o batera Samuca perto do terminal de bus – acho que era o Capão Raso – e fui fazer o retorno pela República Argentina. A essa altura senti que algo estava estranho com o motor do Passat.
Em frente a um quartel tem um retorno, permitido, mas que é necessário andar alguns metros dentro da via do Bi-articulado. Confiante, apesar de tudo, dei seta e entrei. Porém o carro começou a morrer. Caralho, que hora pra isso acontecer! Forcei mais um pouco e nada. Nada? Eu estava com um carro relativamente pesado, carregado e estático dentro da via do expresso! Ok, nada de pânico, nada de borrar as calças. Abri a porta e me botei a empurrar o peso morto pra fora do alvo do bi-articulado. Por sorte era domingo e não estava movimentado o local. Parei em frente ao quartel e, desesperado, pedi ajuda para um oficial me ajudar a empurrar o carro para o estacionamento da rua. Com uma cara de pouco caso o guarda me ajudou a estacionar a máquina.
Precisava comprar gasolina para o bichinho e foi o que fiz. Problema: já eram umas 20:00 e eu estava com um carro sem seguro, num local suspeito, com um alarme fajuto e basicamente todo meu patrimônio dentro. Cheguei num posto que não recomendaria a ninguém e não tinha nenhum recipiente onde colocar a gasolina. Pra quem pretende ter um carro velho, principalmente se for beberrão, é um clássico recomendável ter uma garrafa de Coca-Cola 2 litros vazia no porta-malas. Por fim o pessoal do posto se propôs a me emprestar um daqueles galões de lavar o pára-brisa. Ia tudo bem até voltar ao carro. O bocal da gasolina ficava próximo à rua onde o trânsito começava a aumentar e o maldito galão era comprido, de forma que eu precisava ficar no meio da rua! Cada carro que passava era uma tirada com a minha cara: “Aí seu burro, olha o ponteiro de gasolina”, “Se fodeu seu trouxa, enche o tanque”, “Porque não pede pra tua mãe empurrar?”, etc.
Queria passar voando pelo posto e atirar o galão na cabeça do frentista, mas me contentei em ir pra casa sem ter levado nenhum cuspe dos motoristas engraçadinhos.
Oi Mano!
ResponderExcluirNossa, essa história nem eu, que morava com vc na época do ocorrido, sabia!
Vc tá inventando... não mente que é feio, guri!!! hehehe
Bem, o importante é que dei boas gargalhadas.
Beijos,
Essa história é um clássico...sempre me mijo qdo leio isso e fico imaginando o Fucker em ação !!! kkkkkk
ResponderExcluirAh sim, obrigado pela homenagem, de fato esta é a minha favorita !! Precisamos filmar vc contando a historia e colocar no YouTube, vai ser inefável !!
Caaaammmmmmbio !!